segunda-feira, 26 de maio de 2008

VAMOS POR AS MÃOS NA MASSA DO PROCESSO DE ENSINO?


Marli Barbosa de Farias Rodrighero



Se Sigmund Freud já dizia que o ato de aprender deveria despertar no aluno um prazer que remete ao do ato sexual, por que ainda é raro encontrar educadores que ousem seguir esse conselho? Será realmente algo impossível ensinar de modo a fazer com o que o aprendiz deseje mais? Se ele não desejar mais, será que o aprendizado valeu a pena?

Hoje adentramos vida afora nos deparando diariamente com desafios. Alguns evidentemente são muito maiores que outros, como conseguir apreender conhecimentos e desenvolver capacidades que nos permitam crescer profissionalmente.

Mas isso não chega a tirar a importância dos menores, como: operar todos os recursos de uma nova câmera digital. Esses pequenos degraus precisam ser galgados, até por que se não conseguirmos vencer os pequenos, os grandes nos irão parecer “coisa de outro mundo”, ou competência inerente a outra pessoa. O nosso dia a dia nos expõe aos mais variados tipos de situações que requerem um mínimo de conhecimentos e capacidades, o que exige do individuo uma capacitação mais conectada com a realidade.

É impossível fechar os olhos e nos negarmos a ver que a globalização, a informática e a Internet são protagonistas de um era muito mais dinâmica e interessante, e que a educação precisa se adequar, se beneficiar disso, pois o objeto de sua razão de ser precisa estar mais preparado para essa interação.
Como já estamos cansados de ouvir, cabe hoje ao professor reconhecer a importância do seu papel profissional e não se acovardar diante dos desafios, até porque, estes podem se revelar uma fonte de estímulo e servir de base para a solução de tantas outras adversidades que fazem parte do cotidiano do educador.

Ouvimos também, que o aluno precisa ver a aplicabilidade do que aprende, para que isso o ajude a entender a necessidade de se movimentar em busca desse aprendizado. Então por que temos ainda aulas tão pouco criativas, que não coloca o aluno diante da realidade do problema estudado?

Creio que falta alguém começar, ser o primeiro. Por exemplo: ao estudar TAE numa instituição de ensino superior, num curso que forma profissionais de importância relevante como pedagogos o professor poderia solicitar aos alunos que verificassem “in loco” a existência ou não desses recursos tecnológicos nas escolas, se são ou não utilizados, se os professores estão capacitados para usá-los, etc. Veja bem, estes alunos estariam tomando conhecimento do que a profissão para o qual eles estão se habilitando lhes reserva, seria um contato inicial, uma oportunidade de conhecer a experiência de quem já atua no ambiente da educação. Essa troca tem um valor inegável, ela é enriquecedora! Vou além, esses alunos poderiam ser convocados a apresentarem soluções para os problemas encontrados, essas sugestões poderiam ser levadas à escola que foi objeto do estudo, se aceitas, teríamos como comprovar sua utilidade ou não. Isso renderia uma segurança que esse futuro profissional precisa ter. Ele aprenderia que é a prática que opera as transformações, que a teoria por si só não faz nenhuma mudança. È como os recursos tecnológicos, sozinhos não fazem a menor diferença, é necessário a criatividade do professor por trás de seu uso.
Nossa educação erra do pré-escolar a pós-graduação. Tanto já foi feito em matéria de teoria, tantas idéias maravilhosas e não postas em prática. É necessário parar de apenas pensar, é preciso fazer. Educador brasileiro adora Paulo Freire, e ele já dizia que não há esperança em apenas esperar. O fato é que precisamos parar de apenas falar, precisamos nos dar o direito de aulas mais dinâmicas e instigadoras, uma escola que levem os alunos a serem o tão mencionado cidadão-crítico-pensante, aquele indivíduo que vai mudar o mundo para melhor. Eu quero e mereço estar preparada para por as mãos nessa massa. Acredito que outros também

4 comentários:

Anônimo disse...

Apesar de não ser educadora, sou filha de educadores, e conheço bem as dificuldades desses profissionais em se transformarem em uma ponte entre o saber e a mente dos alunos. A acadêmica, ao mencionar a falta de prazer dos educados em recepcionar o conhecimento transmitido pelos educadores, colocou o dedo na ferida, pois o dia em que o ato de se sentar em uma cadeira de sala de aula para aprender for um atividade prazerosa, o gênio escondido dentro de cada aluno irá aflorar...

Anônimo disse...

o seu artigo é bem explicativo e mostra que devemos agir frente aos recursos disponíveis.
valeu!!!!!!!!!!!!

Anônimo disse...

Claudia vial
Achei feliz suas citação como Freud e Paulo Feire sou acadêmica da UNIR -UAB do curso de pedagogia e acredito também que profissionais mais preparados e empenhados com o processo de emsino e aprendizagem irá despertar maior interesse nos alunos, pois para Pavlov devemos estimular o aluno com o metodo estimulo-resposta usando o reforço positivo de Skiner, pois quanto mais estimulado pelo ambiente e mais reforcada positivamente, mais a criança terá liberdade para aprender.

conceição disse...

Marli, suas colocações são brilhantes,
realmente o que falta ao profissional da educação é um pouco mais de atitude, de ousadia. Temos de perder o medo do desconhecido.
Temos que nos conscientizarmos de que é errando que se aprende, e enfiarmos a cara. Nossas crianças teriam muito mais prazer em aprender se nos tivessemos mais ousadia.
excelente texto.