segunda-feira, 26 de maio de 2008

Tecnologia Educacional: novos conhecimentos, novos desafios




Osvaldo da Silva







Em pleno século XXI, identifica-se que a educação ainda tem sido abordada como foco principal das agendas governamentais.


Sabemos que sob influência do processo de globalização e dos consideráveis avanços tecnológicos e científicos, o atual momento histórico tem refletido ao ser humano uma aceleração no fluxo de técnicas e informações e exigido o perfil de um indivíduo que apresente um maior conhecimento de mundo e das relações humanas existentes.


Já afirmamos anteriormente que neste processo dinâmico de sociedade que ora se apresenta, a educação, que historicamente é considerada um fator de extrema responsabilidade em virtude de sua incumbência de formação e transformação humana e social, transformou-se em tópico vital e ultrapassou a limitação e restrição de meros conteúdos escritos no quadro-negro. Nunca o ato de educar foi tão discutido e analisado como nas últimas décadas. Grandes nomes surgiram no campo educacional, inúmeras foram as pesquisas e produções literárias pedagógicas e vários são os questionamentos referentes ao papel da escola e do professor frente a esta multiplicidade de fatores, exigências e inovações.


A escola passou a ser cada vez mais cobrada no desenvolvimento de suas ações e o professor, aquele a quem está incumbido o processo de instruir o indivíduo para que possa desenvolver-se plenamente neste cenário, depara-se com a necessidade de acompanhar esse processo.
No entanto, algumas considerações ainda são necessárias neste processo educacional. Será que seu papel de formar e transformar o indivíduo e conseqüentemente a sociedade tem sido efetivado? Como tem se apresentado nossa sociedade e nosso sistema de ensino? A escola está preparando para a sociedade? Os professores estão preparados para atender as exigências dessa nova sociedade?


Como destaca o próprio Ministério da Educação, a maioria dos sistemas de ensino vive no passado, com um modelo de educação ainda baseado na transmissão de conhecimentos e concebendo o aluno como um ser passivo, sem capacidade crítica e reflexiva.
Assim, por este ângulo, a mudança de valores, concepções, idéias e conseqüentemente, de atitudes, tem se apresentado como fator de urgência no processo educacional, pois o essencial não é a aquisição de recursos tecnológicos e materiais pedagógicos sofisticados, mas sim, a presença de um educador capaz de atuar e recriar ambientes de aprendizagem de modo criativo e reflexivo. Por isso, enfatizamos cada vez mais que a utilização da tecnologia no processo educacional deve ultrapassar a visão de simples modernização.


Se é unânime a consideração de que o desenvolvimento das tecnologias de informação e comunicação tem modificado a sociedade, também não deve ser exceção a visualização de que cabe a educação a preparação de indivíduos que dominem essas tecnologias e se mostrem participantes ativos desse processo de mudança.


Vemos que a atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional apresenta a preocupação com a introdução das novas tecnologias no sistema educacional ao abordar a educação à distância e pressupor a formação de profissionais que dêem conta das responsabilidades concernentes à introdução de novas tecnologias no cotidiano escolar. Entretanto, identificamos ainda que os profissionais em educação, em sua maioria, não estão preparados para integrar uma mudança qualitativa no processo ensino-aprendizagem e que se faz necessário que haja nas escolas e organizações uma transformação para auxiliar os alunos na construção de seu caminho profissional e social.


Há enormes opções metodológicas de organizar, de trabalhar um determinado tema com os alunos, seja ele em sala de aula ou virtualmente, e podemos ainda encontrar formas variadas de integrar os procedimentos metodológicos. Mas, o mais importante para se dar os primeiros passos nessa área, é que os educadores e educandos aprendam a dominar as novas formas de comunicação interpessoal / grupal e a comunicação audiovisual / telemática.


A evolução tecnológica não deve ser uma simples modificação da forma de ensinar e aprender. Tanto em sala de aula, no dia-a-dia, como nos cursos ministrados a distância, os caminhos são muitos, mas são caminhos que dependem do conhecimento e interesse do docente em aperfeiçoar esse conhecimento, da quantidade de alunos e das ferramentas disponíveis.
Considerando Tichener, Donohue e Olien, para quem a capacidade de uma pessoa receber, compreender e assimilar conhecimentos dependem basicamente de três atores: o conhecimento adquirido, das redes sociais e do acesso a meios de comunicação diferentes, torna-se vital que para ensinar o professor domine as novas tecnologias e as transforme em motivação para aprendizagem.


Deste modo, faremos realmente uma educação que cumpra seu papel de vincular-se ao mundo do trabalho e a prática social, caso contrário, por essa hipótese, “pobres de informação” tenderão a ser cada vez mais “pobres” e “ricos em informação”, cada vez mais ricos, gerando uma polarização social crônica e de difícil intervenção.


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