quinta-feira, 19 de novembro de 2009

As influências de Skinner na EAD

As influências de Skinner na EAD
* Laudinéa de Souza Rodrigues

Burrhus Frederic Skinner, psicólogo norte-americano, nascido em 1904, foi o criador do que ele denominou “análise experimental do comportamento”, método que permite prever e controlar cientificamente o comportamento humano. Doutorou-se em Harvard, em 1931, e depois de alguns anos lecionou na Universidade de Minnesota e na Universidade de Indiana, da qual foi presidente, regressou a Harvard como professor e pesquisador em 1947.
Skinner interessou-se pela análise da aprendizagem verbal, pelo adestramento de pombos, pelas máquinas de ensinar e pelo controle do comportamento mediante reforço positivo. Até a sua morte, em 1980, desenvolveu trabalhos de aplicação tecnológica dos princípios da análise experimental do comportamento no campo do ensino e no trabalho psicoterapêutico. Além disso, dedicou-se à elaboração de uma filosofia, o Behaviorismo, que se vincula ao movimento de análise experimental do comportamento onde há o uso de técnicas para a sua modificação com o intuito de melhorar a sociedade e tornar o homem mais feliz. Sua principal proposição era de que um reflexo não é senão a correlação entre um estímulo e uma resposta.
Foi Skinner, um dos principais propositores do uso de aparatos tecnológicos, preconizava que estes aparatos conferiam mais eficácia ao ensino. Suas famosas “máquinas de ensinar” foram, de certo modo um dos precursores do computador (pelo menos no seu uso educacional). Tendo todo esse ambiente teórico favorável e ainda com o desenvolvimento dos meios de comunicação eletrônicos (rádio e televisão) a educação a distância ganha um novo impulso. Melhoraram as possibilidades de transmissão do conhecimento.
Nas suas “máquinas de ensinar”, o aluno é colocado diante de um painel onde aparece uma questão relativa a algo que ele já conhece e, ao mesmo tempo, uma nova informação concernente ao mesmo tema. O aluno deve responder à questão apresentada e, se acertar, a máquina passará automaticamente para a questão seguinte, que será referente à informação dada imediatamente antes. Se não acertar, não poderá prosseguir, devendo retornar a algum passo anterior.
Por meio desse procedimento, organiza-se a aprendizagem do aluno passo a passo, em ordem crescente de dificuldade, seguindo os princípios da modelagem do comportamento, em que cada resposta certa do aluno constitui um reforço para a aprendizagem.
A chamada instrução programada derivou dessas máquinas, as questões apresentadas aos alunos são impressas e as respostas corretas aparecem em outra página, em um gabarito, sendo intercaladas por pequenos textos informativos sobre os quais o aluno deverá responder na etapa seguinte. De acordo com o comportamentalismo, esse procedimento permite que o ensino tenha uma progressão gradual, que respeita o ritmo de cada aluno tornando o processo de ensino e aprendizagem mais eficiente.
Skinner afirmava que o professor não só era dispensável, como também era um mau instrumento de ensino. Seu argumento fundava-se no fato de o professor, historicamente, trabalhar com grupos de alunos, não podendo acompanhá-los individualmente. Para esse autor a possibilidade de ensinar adequadamente, isto é, de modelar o comportamento do aluno exigia que esse aluno fosse tratado individualmente. E o professor, sendo um só, e centralizando a ação de ensinar na sua pessoa, não possibilitava essa situação individualizada.
É interessante assinalar que, ao contrário do que parece ao senso comum educacional, a idéia do ensino individualizado é de cunho empirista. E o movimento behaviorista (que na Educação foi reconhecido como “tecnicista”) tinha como “pedra de toque“ exatamente a individualização do ensino. Claro que quando se considera o conhecimento como originado do exterior, a tendência é se desvalorizar o sujeito. E na psicologia behaviorista não era diferente. O sujeito, apesar de operante (na visão do neobehaviorismo skinneriano), era visto como um ser moldável, bastando controlar-se às contingências de reforço. Portanto essa apologia do ensino individualizado não era no sentido de dar ao indivíduo oportunidade para manifestar-se e traçar seu próprio caminho, mas de condicionar-lhe a contento. Modificar o comportamento de um modo mais eficaz, atingindo, portanto, melhor os objetivos educacionais.
Diante de tais informações nascem os seguintes questionamentos: como o educando poderia estabelecer uma relação dialógica com uma das máquinas de ensinar de Skinner? Quando ele encontraria nesta máquina o referencial de humanidade, de profissionalismo e de intelectualidade que o educando busca em seu educador? Seria possível que no ensino individualizado o sujeito encontraria respaldo para preencher as lacunas humanas da afetividade e da emoção que são preenchidas na relação com os outros? De que forma o educando construiria seu conhecimento com o uso da máquina de ensinar e sem a presença do outro neste processo?
Sabe-se que desde muito cedo o ser humano necessita das relações com o outro, pois por meio delas é que ele se apropria das significações socialmente construídas, como diz Fontana (1997), ele “reconstrói internamente as formas culturais de ação e pensamento, assim como as significações e os usos da palavra que foram com ele compartilhados” (p. 61). Toda função psicológica se desenvolve em dois planos, entre os indivíduos, social e no indivíduo, individual, sua maneira de agir e pensar são resultados de sua apropriação das formas culturais de ação e de pensamento do seu meio. Sendo assim nota-se a relevância das relações entre os indivíduos e isto não é diferente na educação onde obrigatoriamente deve haver uma relação de diálogo onde se constroem juntos, professor e aluno, um contexto embasado na troca de experiências, na ascensão da curiosidade, na inquietação e na consciência do inacabamento.
Para Freire (1996), “o sujeito que se abre ao mundo e aos outros inaugura com seu gesto a relação dialógica em que se confirma como inquietação e curiosidade, como inconclusão em permanente movimento na História” (p. 136). O espaço escolar que fomenta e fortalece a relação professor e aluno em que há de fato esta abertura ao mundo e aos outros fomenta também a oportunidade de tornar esta abertura o objeto da reflexão crítica de ambos onde estabelece o repensar de suas práticas de suas falas. Neste processo de diálogo o educando não é moldado, mas auxiliado na construção de sua intelectualidade.

Referências
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. 33. Ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
FONTANA, Roseli. Psicologia e trabalho pedagógico / Roseli Fontana, Maria Nazaré da Cruz. São Paulo: Atual, 1997.


*A autora é acadêmica do 8° período do curso de Pedagogia na
Universidade Federal de Rondônia.
Artigo acadêmico escrito em setembro de 2009.

O Sistema Bi-modal de Educação

Eliane de Alencar Ferreira
Silvânio Vizelli


Com a evolução das novas tecnologias, urge a necessidade dos professores repensarem sua prática didática. Aulas monótonas, onde apenas o professor fala e os alunos ouvem, já não satisfaz a clientela escolar. Para se ter uma aula de qualidade é necessário tanto um professor bem preparado, quanto uma sala confortável e bem equipada de recursos tecnológicos.
Em meio à crise educacional surgem novas propostas de inovação e mudanças. Uma dessas propostas é a do especialista em projetos inovadores na educação presencial e a distância: José Manuel Moram. Ele propõe o sistema de educação bi-modal.
O que seria esse sistema bi-modal? É o sistema de educação onde parte das aulas é presencial e parte à distância. Para que "o estudar" fique mais interessante, motivando assim seus alunos, é necessário que o currículo seja flexível, dando oportunidade para que o professor possa dar algumas aulas presenciais e outras em laboratório conectados à internet, onde os alunos possam fazer atividades de pesquisa e adquirirem o domínio técnico-pedagógico e outras atividades realizadas à distância.
Em um primeiro momento, o professor reúne a turma para se conhecerem e combinarem as tarefas. Os alunos devem ir para o laboratório para conhecerem os recursos tecnológicos e aprenderem como usar a internet de modo produtivo. Depois desse preparo, os alunos podem ser dispensados das aulas presenciais para fazerem os trabalhos propostos.
O professor deve ter competência para direcionar os trabalhos que os alunos irão realizar à distância. Os alunos irão pesquisar o tema proposto e no desenvolver do trabalho poderão se comunicar com os colegas e com o professor através da internet para trocar idéias e receber orientação. Depois da pesquisa é hora de produzir, ou seja, relatar os resultados através de textos, slides, etc., para apresentar à turma e publicar na internet.
Para que a aprendizagem seja significativa para o alunado é necessário também que haja uma relação entre teoria e prática. Quando é oportunizado ao aluno a teoria e a aplicação na prática, o aprendizado se torna mais enriquecedor. O sistema bi-modal com seu currículo flexível permite que o professor possa utilizar algumas aulas não presenciais para que os alunos possam aplicar os projetos que foram feitos por eles.
Os cursos presenciais são convidados a experimentar o sistema bi-modal para sair da monotonia e garantir assim a oportunidade dos alunos poderem utilizar os recursos tecnológicos e fazerem uma relação prática-teoria-prática, pois o currículo flexível, com aulas presenciais e não presenciais permite essa prática.
A integração entre o presencial e o virtual e a flexibilização do currículo para que os professores possam utilizar dessa prática inovadora pode vir a ser a chave para a grande mudança que todos esperam para resolver o caos da educação brasileira.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS





AVALIAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR A DISTÂNCIA NO BRASIL

*Por: Laudinéa de Souza Rodrigues
Sílvia Gabrielle Alcântara Maciel
Zenaide Moreira





INTRODUÇÃO
Atualmente o avanço tecnológico tem aumento de forma assustadora acarretando conseqüências em que cada vez mais o sujeito tem que se adequar as mudanças que emergem em seu contexto social. A nova ordem é que tudo seja muito rápido e prático. Não é necessário mais levantar do sofá para mudar o canal da televisão, escrever cartas à mão e nem mesmo escrever cartas.
Essa crescente onda tecnológica não fica de fora da Educação. A modalidade de Educação a Distância (EAD) se tornou procurada e valorizada, com isso, vem adquirindo impulsos positivos de transformação e aperfeiçoamento ao longo dos anos. Pessoas que não dispõem de tempo para se dedicar a aulas presenciais com carga horária extensa investem nas mais variadas opções da formação a distância.
A EAD sempre esteve vinculada no Brasil ao ensino técnico, desde a década de 40 com o Instituto Monitor e o Instituto Universal Brasileiro. Depois ao ensino de adultos – os antigos supletivos – com os Telecursos. Nos últimos anos os cursos que mais crescem nesta modalidade de educação são os de especialização, tanto na rede privada quanto na pública.
Esta forma de ensino atende alunos individualmente, em pequenos e grandes grupos. Outra questão a ser mencionada refere-se a algumas vantagens dessa modalidade, como a flexibilidade de tempo e o fato de atender a muitos alunos.
Moran (2005) destaca como fator de reflexão os modelos de ensino mais utilizados que são:
• Aulas por teleconferência;
• Aula gravada e tutoria;
• Educação on-line;
Nesse prisma, necessário compreender que a avaliação da EAD no Ensino Superior não pode se dar descontextualizada dos processos de ensino aprendizagem de seu público, sendo mister dialogar acerca da avaliação.
Assim, a questão da avaliação tem suscitado um sem número de questionamentos acerca não só em relação à sua especificidade teórica, mas também por sua dimensão prática que sugere refletir seus contornos específicos da própria avaliação.
Destarte, emerge a necessidade de refletir os conceitos de avaliação e de EAD, instaurando o mote de diálogo desse breve ensaio.



AVALIAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR A DISTÂNCIA NO BRASIL
Assim, necessário enfatizar que os processos avaliativos em educação contemporânea não estão desconectados do contexto político que permeia a sociedade, traduzindo-se em ações que em sua grande maioria corroboram uma escola alicerçada no viés mercadológico e conseqüentemente do capital humano (SAVIANI,).
Nessa direção, evidente que os propósitos da avaliação explicitam os interesses de uma escola que não cumpre o seu papel educativo/social que seria oportunizar a sociedade “assumir-se como ser social e histórico, como ser pensante, comunicante, transformador, criador, realizador de sonhos, capaz de ter raiva porque capaz de amar” (FREIRE, 1997, p. 46).
Dessa maneira a avaliação escolar não consegue, em função do contexto político educativo, estabelecer uma análise asseridora das produções escolares, visto que os procedimentos utilizados delineiam atitudes classificatórias, como menciona Luckesi (1998):
A prática classificatória da avaliação é antidemocrática, uma vez que não encaminha uma tomada de decisão para o avanço, para o crescimento. Essa prática classificatória da avaliação confirma a nossa hipótese inicial de que a atual prática de avaliação do aluno é uma prática antidemocrática no que se refere ao ensino. E essa questão da prática classificatória da avaliação torna-se mais grave quando entendemos que um aluno pode ser aprovado ou reprovado por um contrabando entre quantidade e qualidade (1998, p. 77-8).

Diante desse contexto é possível afirmar que a avaliação da escola chamada “convencional” configura um desafio de muitas décadas em virtude da mesma estar dialeticamente ligada ao contexto político educativo que argumentei anteriormente. Dessa maneira, importante avançar esse ensaio no sentido de discutir a especificidade político-educativo da EAD no Brasil, enfatizando por opção teórica dois questionamentos que nortearão esse diálogo. O primeiro refere-se ao período de surgimento da EAD no Brasil, que remonta a “década de 40 com o Instituto Monitor e o Instituto Universal Brasileiro, depois ao ensino de adultos – os antigos supletivos – com os Telecursos” (MORAN, 2005); o segundo diz respeito à associação dessa modalidade de ensino ao Estado.
Nessa perspectiva de entendimento, visualizando o período de emergência da EAD no Brasil é possível observar que essa modalidade de ensino inicialmente era ofertada por entidades particulares como o próprio Instituto Universal Brasileiro e os supletivos que não eram proposições da escola pública.
Outro fator, relevante de ser ressaltado, é o público preferencial desses cursos na época, ou seja, homens e mulheres que desejavam profissões técnicas a fim de ingressar rapidamente no mercado de trabalho, mercado esse que não conseguiu absorver essa mão de obra trabalhadora. Ainda nessa direção, inquestionável a divisão da sociedade em classes, uma vez que os bancos universitários destinavam-se a uma camada economicamente seleta, sendo os cursos na modalidade EAD voltados à camada daqueles que iriam compor os anseios da sociedade pré-industrial emergente no Brasil nos anos 40 (BUARQUE, 1994).
Em relação à assunção da modalidade EAD pelo Estado, em meados dos anos 60 era fato que o Brasil detinha em suas nuanças um mercado completamente esgotado, enfrentando a crise com a proposta de distribuição de renda para a minoria rica existindo a necessidade de preparação técnica de trabalhadores que serviriam a manutenção industrial do período. Diante dessa moldura social a população era pobre para consumir bens caros da sociedade industrial, a respeito disso Buarque referencia que “... fez-se uma minoria rica às custas do empobrecimento da maioria provocando uma desigualdade crescente. Na pobreza média geral, a economia de luxo para poucos exigiu uma sociedade no lixo para muitos” (1994, p. 39).
Nesse quadro indiscutível que a modalidade de EAD servia enquanto paleativo para justificar a “qualificação” de homens e mulheres trabalhadores, porém desempregados, confirmando o papel político da educação na sociedade brasileira.
Com isso, deslumbra-se que a EAD no Brasil emerge em meio a contornos sociais que caracterizam uma educação que desde os anos 40 serviu aos interesses de uma minoria dominante, configurando-se como instrumento de divisão social e aligeiramento de formação de mão de obra barata.
Atualmente a EAD assume dimensões grandiosas, assumida como uma proposição política estatal sendo disseminada não apenas em cursos técnicos, mas em cursos de formação em nível de terceiro grau, em sua maioria voltados para a formação na área de Ciências Humanas.
Dessa forma evidencia-se que o contexto político da década de 40 e do período atual não se configuram economicamente antagônicos, uma vez que o Ensino Superior aderiu uma proposição política cujo cerne conceitual é o de aumentar o número de vagas, aligeirar a formação com vistas à inserção rápida no mercado, bem como a simplificação dos processos avaliativos e pedagógicos, desse maneira, é possível concluir que a EAD configura um desafio de grande complexidade em função da caracterização do Ensino Superior no Brasil, já que os cursos presenciais enfrentam uma crise político pedagógica sendo questionado os níveis de intelectualidade produzidos pelos mesmos.
A EAD deve ser pensada em suas dimensões epistemológicas com intuito de não referendar uma armadilha política que servirá aos interesses de uma camada dominante que compreende educação como uma forma de manutenção de um status quo que traceja pinturas sociais que almejam uma educação diferenciada para os filhos dos ricos e uma educação populista para os filhos dos economicamente desprovidos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante desse quadro, configurado em dimensões de grande complexidade, pode-se inferir que a questão da avaliação da EAD no Ensino Superior está imbricada em fatores que não se diferenciam das modalidades educativas convencionais, pois as condições político-ideológicas de sua emergência caracterizam um projeto que, se não for intimamente aserido, poderá representar a manutenção de uma sociedade educacionalmente desigual, dividida em classes e propaladora de uma representação social coletiva que cria as expectativas de uma sociedade economicamente equitativa que jamais será alcançada.


REFERÊNCIAS
BUARQUE, Cristovam. A revolução nas prioridades: da modernidade técnica à modernidade ética. 2. ed. São Paulo: Paz e Terra, 1994.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. 33. ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar: estudos e proposições. 7. ed. São Paulo: Cortez, 1998.

MORAN,

SAVIANI,
FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA
CAMPUS JI-PARANÁ
DEPARTAMENTO DE PEDAGOGIA
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
PROF. Washington Roberto Nascimento


Educação a Distância no Brasil

*Por: Márcia Regina de Souza.

A Educação a Distância no Brasil de acordo com alguns relatos surgiu oficialmente no ano de 1904 com a criação das escolas internacionais privadas que ofereciam cursos pagos por correspondência através de materiais escritos, essas instituições tinham liberdade para escolher as metodologias e produzir os conteúdos pedagógicos para levar conhecimento educacional a pessoas que estava longe dos grandes centros urbanos e para atingir essa população utilizavam os correios para disseminar a educação.
Com a fundação da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro em 1923 as instituições passaram a utilizar esse meio de comunicação para transmitir programas educacionais, o objetivo da EAD era formação e qualificação profissional. No decorrer da história surge o cinema e a televisão com programas educacionais, este segundo meio de comunicação é utilizado até hoje com sucesso, exemplo o Telecurso criado em 1978, pela Fundação Roberto Marinho para oferecer aulas pela emissora de televisão Globo para transmitir atividades didáticas e educacionais em horário flexível para pessoas com dificuldade em cumprir um horário formal no ensino presencial, e assim concluírem a escolaridade básica.
Essa modalidade de ensino não presencial, ou seja, o aluno não está fisicamente presente no ambiente formal de ensino, a aprendizagem acontece através dos meios de comunicação como correio, rádio, televisão, vídeo, CD-ROM, telefone, fax e internet e outros, e está regulamentado pelo Decreto nº 5.622 publicado no Diário Oficial da União em 20.12.2005 conforme o Art.80 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9.394/96.
Mediante a Lei que estabelece o ensino a distância no Brasil houve novidades nos objetivos atual da EAD que é oportunizar um sistema interativo e agradável que ajude estudantes e profissionais a estudar e aperfeiçoar seus conhecimentos com horários flexíveis que se ajuste ao tempo disponível de cada pessoa, assegurando um ensino-aprendizagem de qualidade onde os materiais oferecidos são de fácil compreensão e disponibilidade da presença do monitor ou tutor no horário que o estudante dispor.
Desde que surgiu a educação a distância possui acusadores e defensores, pessoas que acredita que a falta do ensino presencial deixa grandes falhas na aprendizagem, onde o ensino se tornou industrializado, frágil e sem bases solidas, os que defendem enxergam a possibilidade do estudo direcionado através do tutor e dos materiais didáticos com uma independência importante para o aluno se tornar autodidata, ator e autor de suas práticas e reflexões como afirma Oreste Preti (1996).
Neste ponto de apoio ou não a EAD afirma Vygotsky (1977) “a interação social é a origem e o motor da aprendizagem e do desenvolvimento intelectual”. Vejo nesta afirmação a falta de apoio a EAD porque o pensador defende o desenvolvimento proximal que se aplica a educação infantil onde a criança atinge um nível de desempenho adequado no ensino-aprendizagem quando orientada por pais e professores. Na educação a distância falta a interação social por não haver encontros presenciais entre professor-aluno-aluno, e para Vygotsky aquele que aprende e aquele que ensina deve estabelecer uma relação interligada, porém atualmente essa interação acontece virtualmente o que para muitos é prejudicial visto que falta socialização e troca de informações didáticas.
Vejo essa afirmação valida porque a socialização traz grandes contribuições educacionais para os alunos, mas a educação a distância é uma realidade que oferecer flexibilidade de tempo e independência nos estudos através das novas tecnologias acessível para a aplicação do ensino-aprendizagem.

Acadêmica de Pedagogia

domingo, 15 de novembro de 2009

TENDÊNCIAS DA EDUCAÇÃO ON-LINE NO BRASIL PARA JOSÉ MANUEL MORAN


Acadêmicas: Claudineia Custodio, Marcia Regina e Marta Cristiana.

INTRODUÇÃO


No Brasil, a Educação a distância já é uma realidade, estamos avançando, mas ainda há muito a se fazer e planejar. A educação a distância está entrando na vida das pessoas e a cada dia com mais intensidade.
As universidades já olhando esse grande mercado, buscam oferecer este sistema de ensino, e estão se aprimorando para disponibilizar cursos em diversas áreas, visto que possibilita aos alunos maiores opções de escolha e também proporciona a flexibilidade de tempo e imposição de controle do ritmo de estudo.
As empresas por sua vez, estão se utilizando desse recurso como forma de atualizar e capacitar seus funcionários, com cursos totalmente on-line. E a educação a distância tendo a ajuda de tecnologias integradas e rápidas está alterando o conceito de presença e distância, se transformando em novas maneiras de ensinar e aprender.




TENDÊNCIAS DA EDUCAÇÃO ON-LINE NO BRASIL


Na educação a distância, há inúmeras possibilidades de combinar soluções pedagógicas, adaptadas a cada tipo de aluno, e as modalidades dos cursos são flexíveis, combinando tempo, espaço, metodologia e avaliação.
E com a chegada de software mais integrado com as preocupações pedagógicas, houve uma melhoria na qualidade do ensino, pois está focando os alunos e a aprendizagem, possibilitando atividades de grupo em fóruns, listas e chats, para proporcionar interação entre alunos, professores e o próprio conhecimento. Uma vez que existem pessoas que precisam do contato em parte presencial, para serem motivadas e estimuladas.
As instituições educacionais, estão preparadas para aulas ao vivo a distância, por teleconferência ou videoconferência, combinando interação via internet, e através de novas mídias conectadas. É uma realidade cada vez mais presente, que evolui de forma irreversível.
As tecnologias na educação se multiplicam e se integram, tornando-se mais audiovisuais, instantâneas e abrangentes e essas formas facilita o ver, o ouvir, o falar e o escrever, em qualquer momento e em qualquer lugar a custos menores, porém para minoria da população, porque para muitos ainda custa caro.
Segundo Moran (2005), a educação está cada vez mais complexa, porque a sociedade está se tornando mais exigente e necessita de aprendizagem contínua, inclusiva em todos os níveis e modalidades, tanto profissionais como sociais. Essa educação complexa, sai do espaço físico da sala de aula, para ocupar espaços presenciais, virtuais e profissionais, onde o professor passou a incorporar papéis de mediador, facilitador e gestor e os alunos individuais passam a incorporar o conceito de aprendizagem colaborativa, aprendendo, participando e contribuindo para uma inteligência mais coletiva.
Segundo pesquisa, a educação corporativa cresce muito dentro das empresas, e calcula-se que em poucos anos, as universidades corporativas vão ultrapassar as universidades tradicionais, possibilitando a tão sonhada integração escola-empresa.
Tanto na educação acadêmica como na corporativa é importante organizar o processo ensino-aprendizagem a cada tipo de cursos e a cada tipo de aluno. Quanto mais adulto e avançado no nível de aprendizagem, mais o aluno estará pronto para a aprendizagem individualizada ou colaborativa.
Atualmente disponibilizam-se cursos prontos para alunos individualmente, com instruções precisas, com materiais on-line, tipos PowerPoint, áudio e vídeos, porém esses cursos são planejados para aluno maduro, auto-suficiente e auto-motivado. Também oferece cursos para pequenos grupos onde é permitido que organizem atividades individuais ou em grupos, e em determinados momentos os alunos são incentivados por professores e orientadores, esses cursos são mais centrados na colaboração do aluno e pressupõe pessoas com maturidade, motivação e capacidade de aprenderem juntos. Já os cursos para grandes grupos, buscam atender muitos alunos ao mesmo tempo, e a televisão continua imbatível nessa modalidade. E por último, cursos on-line diferentes para situações diferentes, pelo motivo das pessoas aprenderem de forma diferente, algumas precisam de contato com outras pessoas, pois tem dificuldades de trabalhar sozinhas, apenas com o computador, enquanto outras são auto-dirigidas, com poucas indicações avançam.
O professor do futuro nesse contexto, será uma pessoal que terá multitarefa, poderá orientar muitos grupos de alunos e até alguns individualmente, em instituições variadas e em lugares diferentes, tudo isso ao mesmo tempo. Seu trabalho não será de exclusividade a uma instituição. Assim, também dará consultoria a empresas, realizará treinamentos e capacitações on-line, e poderá desenvolver e compartilhar pesquisas com outros colegas e instituições diferentes da sua, para haver troca de conhecimento e cooperação.
Para Moran (2005) a televisão no Brasil poderia ser mais utilizada, visto que é um meio de comunicação que a maioria da população dispõe. Em paises como a China e a Índia, essa mídia capacita milhões de alunos. No Brasil deveria ser associação a outras mídias, como a própria internet, onde um maior contingente seria alcançado.




CONCLUSÃO


Antes de estudarmos a disciplina Fundamentos e Prática no Ensino a Distância, pensávamos que essa modalidade de ensino, era algo frágil, sem conteúdo, uma forma apenas de se conseguir o diploma com facilidade em um curto espaço de tempo. Porém através dos estudos mais aprofundados e leituras sobre esse sistema de ensino, observamos o seu valor educacional, e que na verdade não é nada frágil ou fácil, mas muito sério e de qualidade.
Visualizando que será o sistema de ensino do futuro, as empresas já conscientes do seu valor e qualidade, estão aderindo essa forma de ensino, buscando assim o aperfeiçoamento e capacitação de seus funcionários. Dessa forma, todos têm a ganhar, tanto o funcionário que terá mais conhecimento, usando o seu tempo livre para estudar e a empresa que terá mais qualidade no trabalho da sua equipe.
E as instituições educacionais visando esses alunos, tem criado e oferecido cursos totalmente on-line, elaborados para alunos maduros e auto-motivados, esse modelo de curso é mais viável para adultos que já estão atuando em determinadas profissões e que querem evoluir em suas carreiras. Na busca de adquirirem mais conhecimento.
Existe também os cursos semi-presenciais, os bimodal, que são preparados para alunos que necessitam de contato pessoal, precisam de relacionamento com outros para serem motivados e estimulados. Esses alunos podem participar de salas de debates, fóruns e conversar com os professores, para tirar dúvidas. Tivemos a oportunidade de conhecer pessoas em nossa cidade que se beneficiam com esse sistema de ensino e manuseamos os materiais didáticos usados: livros, apostilas, Cds. Notamos que são bem elaborados, criativos e de fácil compreensão, o que contribui para o aprendizado e desenvolvimento dos alunos. Segundo elas, o fato de não terem tempo para estarem todos os dias em uma sala de aula, trouxe a oportunidade de adquirirem um curso de graduação, através desse sistema.
Assim podemos perceber que a tendência será de uma vasta oferta de cursos virtuais, elaborados para todos os tipos de pessoas. Haverá cursos prontos com autores consagrados, e materiais de excelente qualidade, o que proporcionará um auto nível de ensino neste sistema.
Acontecerá uma crescente procura por cursos à distância, com isso o autor imagina que haverá alguns problemas no futuro, um deles é que os cursos presenciais serão um luxo, poucos vão querer fazer, por causa do tempo e da duração dos cursos, e outro problema será que como haverá muitos investimentos na melhoria dos materiais didáticos oferecidos pelos cursos on-line, acabará se tornarão mais caro. Por conseqüência os cursos também ficarão mais caros.
Dessa forma, Moran (2005) defende a idéia de trabalho educacional interativo, ou seja, presencial e virtual, e que garanta uma aprendizagem de qualidade e significativa, onde haja uma integração do humano e do tecnológico; do racional, sensorial, emocional e do ético, onde será possível a interação da escola, do trabalho e da vida.




REFERÊNCIA


MORAN, José Manuel. Tendências da educação on-line no Brasil. 2005. http://www.eca.usp.br/prof/moran/tendencias.htm