domingo, 30 de março de 2008

Artigo acadêmico de Ana Maria Clemente



A evolução da tecnologia confunde-se com a própria história do homem. Devido à utilização dos recursos da natureza como galhos, ossos, pedras e outros em benefícios próprios, o homem iniciou seu processo de humanização. Em cada época criou e produziu materiais necessários à garantia de sua sobrevivência.
Assim como a tecnologia, a educação e a comunicação sempre estiveram intimamente ligadas e caminharam juntas no processo histórico da humanidade. Desde os tempos primórdios, o homem buscou interagir com o meio ambiente e assim satisfazendo suas necessidades em comunicar com gestos, símbolos e desenhos. Logo adquiriu a fala. Hoje, século XXI as inovações são tantas referentes às tecnologias, que administradores e educadores ainda tem uma visão limitadas ou confusa das naturezas dos recursos e dos procedimentos das tecnologias da educação, “novas tecnologias do ensino“ que seria através da televisão, do rádio do cinema, já o computador é mais restrito a muitos indivíduos. De maneira geral, mais ou menos um quarto da vida humana é consumido com diferentes formas de comunicação de massa, deste modo, satisfazem diferentes necessidades: diversão, informação, publicidade e, por último, a aprendizagem.
Os profissionais da educação não estão preparados para embarcar nesse impacto tecnológico que está aí invadindo o processo de ensino.
As origens da tecnologia da educação seriam principalmente (a ) os chamados meios materiais e equipamentos audiovisuais de educação, ensino ou instrução - projetores fixos, gravadores, cinema, rádio, televisão etc. (b) a instrução programada e outros meios de individualização da aprendizagem, quer apresentados por meios de equipamentos como as máquinas de ensinar, quer por meios de textos impressos. Acrescentemos outras análises de sistemas, à cibernéticas, à teoria e pesquisa em comunicação e a teoria e pesquisa em psicologia da aprendizagem. Análise de sistema originou-se, nas décadas de 40 e 50, nas árias científicas relacionado as operações bélicas (estruturas aerodinâmicas para vôo, foguetes etc).
Os meios são chamados de mídia a qual englobam todos os recursos materiais, mecânicos, elétricos, e eletrônicos, dentre outros, que se utilizam com fins educacionais. Porém ela é um dos componentes essenciais, indispensáveis para a construção de um conceito melhor e estruturado de tecnologia educacional.
Computador, videocassete, lousa e retroprojetor, carteira e ar condicionado, dentre inúmeros outros meios, portanto, não são tecnologias educacionais. São instrumentos, recursos de apoio ou componentes de uma possível Tecnologia Educacional. No entanto, a mídia não é agente criativo; ela pode carregar mensagens em informações, mas por si só, é incapaz de produzir conhecimento, pronto par ser oferecido.
O software passou a ocupar um lugar importante e de destaque nos processos educativos. Também não é, por si só, tecnologia educacional! Para compreender: tanto na criação quanto na aplicação de uma tecnologia educacional, vamos recorrer fatos históricos: até o final do século XIX e início do século XX, as metodologias de ensino se apoiavam no discurso do professor. A cátedra era o assento docente da hierarquia educacional, e o púlpito o nobre local onde o educador professava suas aulas. Era uma prática discursiva do professor.
A chegada de uma nova mídia, no final do século XIX, pregada ou simplesmente pintada na parede em tom negro ou verde, representava uma verdadeira heresia institucional e profissional, o docente que se prezava jamais descia do púlpito, para aporrinhar-se com um incômodo pó branco, que seria riscar uma pedra com um toco de giz. Sendo assim, passaram-se séculos e séculos e a mídia lousa está presente até hoje firme e forte no meio educacional. O quadro-negro foi se incorporando e é de praxe um em cada sala de aula.
Organizando melhor essa tecnologia educacional, fica assim: mídias, mediação e publicações. Sendo esses os três pilares estruturais.
De fato as alterações substanciais em uma dada tecnologia educacional ocorreram na medida que a incorporação efetivo de mídias e publicações acontecem por ação mediada. Com isto, novas mídias dedicadas à educação trará um ensino-aprendizagem potencializado com docentes conscientes, mediadores, competentes e habilidosos operando o lado pedagógico com sutilezas.
Podemos citar quatro características básicas da Tecnologia Educação:
...(1º) aplicação sistemática, em educação, ensino e treinamento de princípios científicos devidamente comprovados em pesquisa, derivadas da análise da análise experimental do comportamento e de outros ramos do conhecimento científico (psicologia experimental da aprendizagem, teoria da comunicação, análise de sistema, cibernética, psicologia experimental da percepção).
...(2º) conjunto de materiais e equipamentos mecânicos ou eletromecânicos empregados para fins de ensino (projetores, gravadores, transparências, laboratórios de línguas, etc).
...(3º) ensino em massa (uso de meios de comunicação de massa em educação)
...(4º) se refere a sistema homem-máquina (Hoban observa que as máquinas têm um lugar no conceito de tecnologias da educação, ainda que, sozinhas, não seja a tecnologia da educação).
A tecnologia educativa como campo de estudo e como disciplina acadêmica tem seu desenvolvimento nos Estados Unidos, década de 40 voltada na formação militar, os instrumentos eram audiovisuais, ministrado durante a II guerra mundial. Segundo Ely (1992) ela parece como matéria no currículo dos estudos de Educação Audiovisual da Universidade Indiana, em 1946.
Neste caminhar ela vem desenvolvendo a passos largos a cada década, como na de 50 na parte curricular; 60 comunicação“ a revolução eletrônica”, rádio e TV; 70a informática, com finalidades educacionais (Fernández, 1977); nos anos 80 chegam as “novas tecnologias da informação e da comunicação”. No entanto as inovações tecnológicas da informação e da comunicação com materiais audiovisuais informáticos cada vez mais integrados (multimídias) e a necessidades de projetos educacionais, despertou o interesse técnico da educação.
A tecnologia de criação da primeira lâmpada, a qual parte da produção em caráter artesanal, enfim outros sistemas de energia nuclear também fazem parte de um mundo tecnológico. No Brasil, a aplicação da tecnologia à educação teve grande avanço nas décadas de 60 e 70 com o advento das máquinas de ensinar-retroprojetor, projetor de slides, microscopias e outros – reforçada pela política tecnicista que sustentava as decisões do meio educacional. Porém o avanço maior ocorreu na década de 90 com adoção da televisão e do vídeo na escola pública. Projetos governamentais, estimulado pelo MEC,equipando as escolas de ensino fundamental e médio com esse aparelhos além da parabólica, aí implantaram a TV escola(1996) com programação específica. No fim do século deu-se o computador.
Esse mundo tecnológico ou o tecnologismo às vezes cegam as pessoas e suas culturas, se limitam as idéias, ficando bitolados só nos ideais tecnológicos. Embora, para muitos a Tecnologia Educacional esteja sendo considerada uma novidade em educação. Nesse contexto cabe uma preparação que rompe o velho paradigma e dê lugar ao novo onde o perfil do professor é orientar o processo de aprendizagem e, ao invés de pesquisar pelo aluno o estimula a querer saber mais e a despertar a curiosidade sobre as questões das diversas disciplinas. Tornar o estudo uma tarefa cada vez mais interessantes.


Acadêmica do 5º período de Pedagogia - UNIR

segunda-feira, 24 de março de 2008

O desafio de ensinar com as tecnologias.


*Washington Roberto Nascimento


A palavra tecnologia vem de técnica, em grego, techné, ou seja, arte, capacidade de fazer. O dicionário Aurélio dá a palavra técnica como sendo a forma substantivada do adjetivo técnico e que significa “A parte material ou conjunto de processos de uma arte”. “Maneira, jeito ou habilidade especial de executar ou fazer algo”. Como exemplo, pode-se dizer que a didática é a técnica de ensinar.


Desta feita, antes de falarmos de tecnologias, devemos falar de educação, ou seja, do grande desafio de ensinar usando a tecnologia.


Há uma grande confusão, com os termos tecnologias da educação e tecnologia na educação. Vamos ao primeiro ponto do que seja tecnologia da educação. As tecnologias – e aqui usamos o plural - da educação são todas as ações pedagógicas e didáticas usadas para tornar o processo de ensinagem e aprendizagem extremamente atraentes.


As ações de ensinagem e aprendizagem não podem ser medíocres, não podem ser pobres, elas tem que ser bem alicerçadas com um cunho pedagógico e didático para tornar o espaço educacional super prazeroso, em que o aluno sinta o sabor, a excitação para aprender, para querer voltar à escola e saber mais e mais.


Neste princípio do século XXI estamos vivenciando a maior quebra de paradigmas da comunicação mundial, em que as tecnologias assumiram papel substancial, tornando o mundo numa aldeia global. O mundo de hoje é chinês, indiano, russo, alemão, brasileiro, africano, americano, europeu etc. As hegemonias não são mais supremacias, por mais ricas que tenham sido, e nem as nações periféricas são mais tão pobres, todos têm um pouco e muito para receber e dar.


Com esta revolução, a aldeia global, quer uma educação sem fronteiras. Já temos uma comunicação sem fronteiras.


Porém, as nossas escolas ainda proporcionam uma educação com muitas fronteiras, com muitos pré-conceitos, com muito conservadorismo etc.


Agora sim, temos que falar das tecnologias na educação, ou seja, o uso das parafernálias eletrônicas, computacionais, audiovisuais, sonorização etc. que devemos usar para tornar as aulas mais atrativas, mais dinâmicas, mais prazerosas, e claras com um poder de assimilação bem superior.


Como fazer isto com as tecnologias na educação? Um professor de geografia falando dos continentes e tendo em seu poder um data show (projetor de vídeo), Ele não só falará das Américas, mas apresentará a America do norte em slide, lá os alunos poderão ver a Groelândia e suas geleiras, a sua história, o seu povo, a sua cultura, o clima. Em seguida ir para o Canadá, lá conhecer as fazendas de peixe, os ursos, os idiomas falados e por que falam esses idiomas, em seguida vir para os Estados Unidos da América e comentar sobre as 13 capitanias e a colonização inglesa, em seguida chegar ao México, mostrar os povos astecas, os Maias e os Incas e sua cultura. Vai-se para a América Central, mostra-se o percurso de Cristovão Colombo, quais os países que compõem a América Central e como ocorreram as colonizações nela. Chega-se a América do Sul e mostra-se o Brasil com os seus países de fronteira e o oceano Atlântico.


Numa aula dessas com todo o aparato das tecnologias na educação, a dinâmica da visualização, o contato auditivo, o debate de ponto a ponto como são as ocorrências não só na geografia física, como também na social, histórica, política e econômica vão aguçar o espírito investigativo do aluno, em que o professor poderá solicitar que ele vá até a internet e busque em sites especializados, tipo Google Earth ou Maps, a localização exata, investigar outros detalhes interessantes. As tecnologias na educação são um indispensável instrumento para que possamos ter aulas excitantes e com excelentes resultados de ensinagem e aprendizagem, visando a formar o cidadão competitivo para esta era globalizada e de comunicação instantânea.


Com as tecnologias na educação e com as tecnologias da educação podemos sim, estabelecer algumas metas como princípios para que possamos atingir o alvo da ensinagem e aprendizagem excitante, que são:


a. Motivação - a aula tem que ser projetada, pensada, elaborada e apresentada com o espírito do professor motivado, para que Ele possa passar esta energia aos seus discentes.


b. Estímulos - O professor tem que criar o ambiente propicio para estimar a curiosidade e o interesse pela disciplina e pela matéria em estudo.


c. Recompensa - Para cada estímulo tem que haver a recompensa, a Lei de Skinner. O alunado tem que saber que há recompensa pelo seu interesse e busca.


d. Feedback - Troca permanente de idéias professor-aluno, aluno-professor. Daí vem à construção do saber mútuo, das convergências de idéias.
e. Avaliação permanente - O alunado tem que saber que as suas ações estão em ascensão ou em decadência, onde estão acertando ou errando, e quais as metas a atingir ou quais caminhos a seguir.


f. Recordação - Sempre apresentar a aula anterior, a aula do dia e a aula posterior, para que o alunado tenha em mente o que estão estudando, que possam dar seqüencia e o professorado possa cobrar estas ações, sem perda de nenhuma das fases.


Com estes princípios básicos, podemos começar a criar as condições pedagógicas de como ministrar aulas excitantes e com retorno de ensinagem e aprendizagem.


O computador jamais irá substituir o professor, todavia o professor não tem mais como viver sem o computador e as tecnologias que proporcionaram luz do saber às suas aulas.

*é professor na UNIR – Campus de Ji-Paraná

sábado, 22 de março de 2008

Artigo acadêmico - Wesley Grudtner Martins


INTRODUÇÃO A TECNOLOGIA EDUCACIONAL

Nos dias de hoje faz-se necessário iniciar uma nova perspectiva na escola, no sentido de romper com o tradicionalismo da aprendizagem, utilizando ferramentas que se tornaram imprescindíveis à Educação, tais como o uso da televisão, do vídeo, do DVD, do telefone, do rádio, do computador e Internet. O bicho humano não gosta de mudança, isso é fato comprovado, especialmente no Brasil, onde o gosto pelo “tradicional” ainda mantém-se e o ranço de tudo o que é velho e arcaico deve ser ainda explorado.


O exemplo são os diários preenchidos pelos professores e que é tão antigo quanto à história da educação e nunca sofreu uma sombra de mudança e aí daqueles que propõem um meio eletrônico ou talvez elaborado no computador, isso sem falar do mimeógrafo, giz, quadro negro e outros aparatos antigos e medievais, onde implicam que se quebrarmos esses paradigmas, dá a entender que estaremos rompendo com “valores” inigualáveis que arruinará os professores e alunos. No entanto, nas escolas públicas e particulares, mesmo timidamente, encontramos algumas ferramentas tecnológicas de ultima geração.


O Governo fez o seu papel e o computador foi um dos primeiros a encabeçar essa lista, podemos vê-lo nas secretarias, direção e nos laboratórios de informática. O curioso disso tudo é que a grande maioria dos servidores de apoio (agentes administrativos, vigias, serviços diversos e outros) é que dominam essas máquinas e que tranquilamente dariam uma aula muito bem explanada dominando as técnicas básicas do suporte que um computador tem a oferecer em sala, porém, conta-se nos dedos os professores que ao menos sabem o que é digitação.


O medo da tecnologia é presente na maioria destes profissionais que vêem nisso um bicho de sete cabeças ou quem sabe uma ameaça a sua didática e ao seu emprego, esquecem que as máquinas são meros instrumentos que auxiliam o professor ou outro profissional no desenrolar de seu trabalho. Qualquer instrumento mecânico, tecnológico ou algum outro tipo necessita do homem para operá-lo e nunca se ouviu falar que um computador ou outro instrumento qualquer tomou o lugar de um professor ou outro tipo de profissional.


Um dos objetivos da Informática na Educação é o de conhecer as possibilidades de uso da mesma. Para o professor se familiarizar com o computador, ele precisa usá-lo nas mais variadas atividades, mesmo que elas não sejam de especial significado pedagógico nem voltadas para a sala de aula.


Quando os professores tiverem com o computador a mesma intimidade que hoje têm com o livro, descobrirão ou inventarão maneiras de inseri-lo em suas rotinas de sala de aula, encontrarão formas de criar, em torno do computador, ambientes ricos em possibilidades de aprendizagem que propiciarão aos alunos uma educação que os motivará tanto quanto hoje o fazem os jogos computadorizados, os desenhos animados, os filmes de ação e a música.


É necessário dispor de um currículo flexível, multicultural, que relacione seus conteúdos, objetivos e estratégias às questões culturais e tecnológicas, de acordo com as necessidades que surgem ao longo da execução das atividades.


No entanto, quando sensibilizado a trabalhar com a informática, o educador percebe-se um agente transformador da ação pedagógica e não uma ameaça, e esta descoberta refletem-se rapidamente na elaboração de seu material didático e no planejamento de suas aulas. Este é o primeiro passo na direção do professor “abraçar” a informática na escola.


Os autores Bruner, Dewey, Freire, Piaget, Skinner, Vigotsky, entre outros, oferecem as bases em que à interação da informática com a educação pode ser trabalhada, sendo modificada de acordo com a turma, com a metodologia adequada ao tema que será desenvolvido e com o Projeto Político Pedagógico da escola. Deve-se investir maciçamente nas tecnologias oferecidas e não intimidar-se com elas, pois a busca pelo conforto, prazer, alegrias e facilidade sempre foram o que os nossos ancestrais buscavam no seu dia a dia e que hoje se encontram em nosso meio.


Quando a lousa e o giz entraram em sala de aula, isso no fim do século XIX, os profissionais de educação da época, achavam que essa evolução tecnológica ameaçaria o profissional e seriam eles descartados pelo giz e quadro negro, porém isso não ocorreu e o mesmo se repete com a mentalidade dos profissionais de hoje, com relação à evolução tecnológica.


Para prosseguirmos no mundo atual que vivemos, temos que ter vontade, determinação, coragem, audácia, curiosidade e estilo para continuarmos nessa sociedade capitalista, produtiva e consumista. Se ficarmos presos em antigos conceitos, venerando velhas tradições e enaltecendo antigas culturas, ficaremos para traz, o bonde das chances e realizações passará e nós andaremos de um lado para outro, totalmente fora da realidade que nos rodeia e a mercê da sorte e do esquecimento.