segunda-feira, 26 de maio de 2008

TECNOLOGIA NA SALA DE AULA: COMO DIRECIONAR PARA FACILITAR A APRENDIZAGEM?




José Rogério Bittencourt





(Velocidade e rapidez). Essas são as palavras que temos em mente de imediato, ao tratarmos de assuntos ligados à tecnologia (o nosso mundo moderno). No mundo virtual tudo é automático, pois esse novo planeta Terra gira em torno do Sol e seu giro é em tempo real (on-line).

Não temos mais como negar essa realidade: a tecnologia é a ferramenta que todo professor deverá dominar na nova empreitada do ensino-aprendizagem. Dominar para se sobressair. Sobressair-se para sobreviver. E como entender então a relação dessa tecnologia avançada que dia a dia domina todos os meios de comunicação, informação, lazer, educação, nas mais diversas formas e mídias, com o desenvolvimento das capacidades da aprendizagem humana? Será que essa evolução tecnológica e essa capacidade de aprendizagem andam numa mesma velocidade? Poderíamos comparar tecnologia (conhecimento e domínio de recursos tecnológicos) com aprendizagem (assimilação e aproveitamento de informações) tendo como ponto de partida o ensino escolar (professor, aluno e sala de aula)?

A nossa realidade infelizmente é outra. Diria até uma realidade amarga. É notório observar que uma boa quantidade dos professores que atuam nas nossas redes de ensino ainda trabalham como há vinte ou trinta anos atrás, naquela forma arcaica e limitada do qual nós, acadêmicos desse mundo moderno, fomos educados na infância. Professores amorosos e prestativos de guarda-pó branco que folheavam livros e corrigiam nossos cadernos, giravam mimeógrafos e aspiravam a poeira dos quadros de lousa, conferindo nossas tarefas e autografando nossas cadernetas. Hoje eles se preocupam com um futuro que chegou antes do previsto. Eles trocam idéias sobre essas inovações, buscam as novidades de um futuro tão presente que já é parte do passado (e tentam correr atrás desse prejuízo). São conscientes da necessidade de se enquadrar à nova legião de educadores “plugados” à essas novas tendências.

Temos que entender essa diferença de “velocidades” entre a acessibilidade à tecnologia e a aparente barreira do comodismo que ainda insiste imperar sempre que o assunto é “mudança” (inovação).

Seria tão difícil mostrar que, para se ter um ensino de qualidade e à altura de nosso tempo, temos que acompanhar todo esse processo de evolução tecnológica e reconhecer que uma sala de aula deve ser encarada pelo professor como o ponto de partida desse “novo ensinar”, tornando esse mundo virtual (internet e suas mídias eletrônicas) suas ferramentas “facilitadoras”, dando apoio e sustentação, fazendo o diferencial, dando complemento, sendo parceiros coadjuvantes no novo processo de aprendizagem. Cabe à isso uma análise mais criteriosa, desde a elaboração e implantação dessas tecnologias no currículo de uma escola até a seleção e contratação de cada profissional dentro desse quadro docente.

Usar um computador, enviar um e-mail, acessar um site e assistir a uma entrevista (em tempo real), absorvendo e transferindo dados para todo o mundo de forma prática (e muito rápida), podem, por si só, mostrar uma realidade de nosso cotidiano, quando estamos em casa, descansando num final de semana ensolarado. É fácil e é gostoso (puro lazer). Dá prazer e descontrai. O que realmente acontece quando o assunto é tecnologia “da educação”, “na educação” e “para a educação”, e como tornar o seu uso acessível dentro de um ambiente escolar, é que, na escola, todos (alunos ou professores) conhecem a sua utilização, suas vantagens, dominam os mais diferenciados recursos e novidades tecnológicas.

Então, o obstáculo não é o acesso ao recurso material, e sim, o seu direcionamento (objetivos dentro da aprendizagem). Temos que saber utilizar os recursos de forma que possamos interagir com os conteúdos das disciplinas, dando real significado à sua assimilação, para que os alunos realmente saiam lucrando com isso, naturalmente, por suas próprias necessidades. É mais fácil assimilar um conteúdo quando existe esse interesse. É mais fácil o aluno assimilar uma informação quando lhe interessa. Se existe a necessidade em aprender, esse desejo vai facilitar todo o processo. Assim deve acontecer com a tecnologia na educação no processo de aprendizagem e é isso que deve ser analisado e estudado. Como aproveitar melhor todo esse aparato tecnológico, utilizar essa rapidez de receber e transmitir dados, dando um novo significado ao aprendizado através de seus verdadeiros objetivos, fazendo com que tecnologia e aprendizagem sejam capazes de gerir no aluno um aprendizado verdadeiro e diferenciado à partir de seu próprio interesse?

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