Educação a Distância

*Uátia Tânia Viana Carvalho Moretto
Este é um método de ensino que surgiu há séculos, com o objetivo de amenizar as dificuldades causadas pelo espaço entre o ensino e quem dele necessitava, e que vem ganhando cada vez mais espaço em nossos dias. Nesta modalidade de ensino é possível levar o conhecimento a um grande número de pessoas com eficiência e praticidade, no entanto, com muita dedicação e compromisso, daqueles que estão responsáveis pelo ensino e também do aluno.
Ivônio Nunes Barros fala sobre as exigências das transformações e mudanças em nossos dias, requisitando ações que vão além das “fronteiras da educação formal”, para a formação de indivíduos que saibam tomar decisões independentes e autônomas. Ele comenta também sobre os múltiplos papéis que a educação a distância pode desempenhar no campo da educação informal e formal. Segundo Nunes, a educação a distância pode contribuir para a organização e desenvolvimento de uma mentalidade crítica em relação às inúmeras informações transmitidas ao público pela mídia.
Otto Peters (2004) comenta que a educação a distância tem passado por um processo evolutivo, marcada atualmente pelo desenvolvimento das tecnologias da informação e da comunicação, o que provocou conseqüentemente mudanças no processo de ensino-aprendizagem, e o professor deve atuar ativamente nesta mudança. Muitas vezes as tecnologias têm sido utilizadas apenas como um meio lucrativo, portanto, deve entrar aí o professor como um mediador, orientando seus alunos e conduzindo-lhes ao aprendizado que necessitam.
Quando se trata de educação a distância deve-se rever os conceitos de ensino tradicionais e atentar para as mudanças que temos falado, o que implicou também em uma nova didática de ensino. A começar pelos objetivos, segundo Otto Peters (2004) estes não são definidos previamente na educação à distância, deve-se dar liberdade ao aluno para que ele os descubra e modifique, se necessário, durante o aprendizado. Devido à grande quantidade de informações a que o aluno se depara num ambiente informatizado não existe um “progresso linear no aprendizado”, o aluno deve descobrir o seu próprio caminho para o aprendizado. Não basta esperar ou se acomodar ao que o tutor ou professor irá direcionar-lhe, ou seja, o aluno deve ser autônomo em sua busca pelo saber.
Peters afirma que no novo paradigma de educação o processo de ensino e aprendizagem deve ser “aberto, centrado no aluno, baseado no resultado, interativo, participativo, flexível, quanto ao currículo, às estratégias de aprendizado”, o estudante é quem passa a dominá-lo. Desta forma, os alunos são os responsáveis por seu próprio aprendizado, organização e auto-avaliação, pois, o professor que o auxiliará neste processo estará presente durante poucos momentos.
As funções do professor neste contexto, segundo Otto Peters, são principalmente voltadas ao apoio e supervisão dos alunos propiciando ambientes estimulantes onde os alunos debaterão ativamente com outros estudantes trocando informações, reformulando e aprofundando seus conhecimentos, proporcionando também aos alunos “aulas particulares virtuais, trabalhos em grupo virtual, seminários virtuais”. Deve-se proporcionar ao aluno o máximo possível de oportunidades de aprendizado, já que a separação física e temporal do processo de ensino e aprendizagem é um desafio a ser vencido, como afirma Nunes.
Nunes comenta sobre a possibilidade da utilização da educação à distância “como forma complementar de educação, atualizando conceitos e conhecimentos, auxiliando na permanente tomada de consciência dos profissionais sobre os avanços promovidos em suas áreas específicas e, principalmente gerando processos continuados de acesso ao conhecimento acumulado pela humanidade a milhões de cidadãos”, porém, aponta alguns problemas que impediram o processo e a massificação da modalidade de educação a distância no Brasil, tais como a falta de preparação para o seguimento dos projetos, falta de critérios para sua avaliação, descontinuidade dos programas sem prestação de contas, inexistência de estruturas institucionalizadas para a gerência de tais projetos, projetos pouco relacionados às necessidades reais do país e desconhecimento das exigências da educação a distância.
O campo de utilização da educação à distância é muito vasto e, é um recurso muito importante devido a sua capacidade de abrangência, porém, não sendo bem dirigido e organizado não haverá o aproveitamento que se espera. Devido às barreiras impostas pela distância a exigência de dedicação e busca torna-se maior. O professor ou orientador deve principalmente ensinar o aluno a tornar-se autônomo em sua busca pelo conhecimento, pois o professor estará ausente, mas, além disso, deve propiciar momentos e situações que levem o aluno a superar os limites e as lacunas causadas pela distância.
*Acadêmica do 8° período de Pedagogia.
Artigo acadêmico escrito em setembro de 2009.